A Marilyn é a minha cadelinha que passou a ser uma estrelinha no céu, daquelas bem brilhantes que iluminará o meu caminho para o resto do tempo. A Marilyn em 17 anos de vida cheia de amor dado e recebido ensinou-me muito: que é bom manifestar a felicidade sem vergonha, assim como a tristeza e o medo; que é justo defender quem se ama e é bom ficar em silêncio a confortar quem está em lágrimas; é bom fazer sentir o centro do universo quem se gosta; ensinou-me que o que dá felicidade não custa dinheiro: correr livre na praia, sentir o vento, olhar curiosamente para as ondas do mar, descobrir que todos os dias podem ser uma aventura, correr sem fim para depois deitar a sombra duma arvore, aproveitar o prazer duma longa caminhada, ser curiosos, maravilhar-se, saltar de alegria, abraçar quem amamos e dar muitos beijinhos – a minha Marilyn dava muitos beijinhos. Ensinou-me a ser mais forte e aceitar que a vida tem momentos escuros, ensinou-me que nada acontece por acaso. O amor dum cão é um privilégio. A Marilyn era uma cadelinha rafeira que me ensinou a ser mais feliz. 

“Os cães são o nosso elo com o Paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.”

Milan Kundera

Isabella